ALBUFEIRA, PORTUGAL — 18 de julho de 2025
Numa declaração poderosa que voltou a acender os sonhos dos adeptos portugueses, José Mourinho confirmou a sua intenção de regressar ao seu país natal — não para um ato simbólico de despedida, mas para escrever um último e significativo capítulo da sua carreira. Aos 62 anos, o técnico português afirmou de forma clara: pretende voltar a Portugal, mais especificamente ao FC Porto, enquanto ainda está no auge das suas capacidades, com o objetivo de restaurar o orgulho e a força competitiva do clube onde se tornou uma lenda.
“Vou, com certeza, voltar a Portugal. Ainda não aconteceu, mas vai acontecer”, disse Mourinho à Sport TV após a vitória do Fenerbahçe por 2-1 sobre o Portimonense, em jogo amigável realizado em Albufeira. “Não é porque me sinto perto do fim — sinto-me muito longe disso. Não quero voltar a Portugal para uma reforma dourada ou para os últimos anos da minha carreira. Quero voltar no auge, com saúde, forte física e mentalmente. Quero voltar para redimir a reputação do meu clube. Não para uma despedida, mas por um legado.”
Estas palavras não são de alguém a encerrar o seu percurso — são de alguém com assuntos por resolver. E esses assuntos estão ligados, sobretudo, ao clube que o lançou para o mundo. O FC Porto continua a fazer parte da identidade de Mourinho, como o local onde conquistou a Europa ao vencer a Liga dos Campeões em 2004. Logo após essa conquista histórica, partiu para o Chelsea, dando início a uma carreira internacional recheada de títulos.
Duas décadas depois, Mourinho considera o regresso ao Dragão — não como uma memória viva do passado, mas como a faísca de uma nova era.
Com mais um ano de contrato com o Fenerbahçe, clube turco que orientou ao segundo lugar da Superliga na época passada, a janela para o seu regresso ao Porto poderá estar a abrir-se no momento ideal. O clube azul e branco, apesar da sua tradição vencedora, tem enfrentado desafios recentes a nível interno e europeu. Para Mourinho, essa missão é pessoal. O seu legado está entrelaçado com a era dourada do FC Porto, e ele quer regressar não como um símbolo do passado, mas como um construtor do futuro.
Questionado sobre se prefere voltar ao comando de um clube ou assumir a seleção nacional, Mourinho respondeu de forma enigmática: “Qualquer coisa.” Embora tenha negado recentemente negociações com a Federação Portuguesa de Futebol com vista ao Mundial de 2026, admitiu no passado ter recusado duas ofertas para liderar a equipa das Quinas.
Contudo, a hipótese mais concreta neste momento parece ser mesmo um regresso emocionante ao FC Porto. Com 26 títulos conquistados ao serviço de clubes como Chelsea, Inter de Milão, Real Madrid, Manchester United e Roma, Mourinho já provou tudo o que havia para provar. Exceto, talvez, uma última coisa: que pode voltar a fazer história onde tudo começou.
Quando esse regresso acontecer — e segundo ele, é uma questão de tempo — não será apenas mais uma contratação. Será uma missão. Uma afirmação. Um legado.
E como ele próprio afirmou, não se trata de nostalgia. Trata-se de redenção. Pelo clube, pelo emblema e pelo próprio nome.